Home » A Via Urbana » Alojar um bilhão de pessoas » Antecedentes » São Domingo: desocupações, fundos populares de moradia e cooperativismo da propriedade coletiva

Mostra/Nascondi il menu

A Via Urbana

São Domingo: desocupações, fundos populares de moradia e cooperativismo da propriedade coletiva

Com o objetivo de divulgar os avanços na criação de um Fundo Popular para a Moradia e a Terra, que permita o acesso ao solo e a titulação a milhões de pessoas que vivem na insegurança e sofrem despejos, no Peru e na República Dominicana, várias instituições nacionais e internacionais organizam em São Domingo, a oficina Desocupações, Fundos Populares de Moradias e Cooperativismo da Propriedade Coletiva, dentro do marco das Jornadas Mundiais Desocupações Zero
2007.

Pedro Franco, coordenador da Campanha Desocupações Zero, ao anunciar a campanha, expressou o que esperam do evento, que contribua para a definição de políticas sociais e para um marco legal de segurança em matéria de moradia e terra, já que, somente em São Domingo, cerca de dois milhões de pessoas vivem na insegurança e sofrem desocupações por não terem títulos de propriedade dos terrenos onde vivem.

A atividade, na qual participarão organizações sociais, especialistas e parlamentares da Venezuela, Brasil, Peru, Uruguay e da América Central, se realizará nos dias 3 e 4 de outubro, no salão da Cooperativa de Professores, COOPNAMA.
O anúncio foi divulgado pelas instituições dominicanas, Cooperativa de Moradia COOPHABITAT, o Instituto de Urbanismo da UASD, CIDADE ALTERNATIVA, a REDE URBANA POPULAR e suas assessoras.

Esta oficina se realizará em associação com a Campanha Desocupações Zero da Aliança Internacional de Habitantes, AIH, rede mundial de associações de habitantes, cooperativas e movimentos sociais urbanos que lutam pelo direito à moradia, à terra e pela erradicação no mundo das desocupações forçosas dos habitantes dos bairros, favelas, povoações e comunidades.
Entre os participantes internacionais estarão Paul Maquet, Esther Álvares e Carlos Escalante, do Instituto Urbano CENCA do Peru. Também estarão presentes Andrés Antillano, dos Comitês da Terra Urbana da Venezuela; Gustavo Gonzalez, uruguaio, responsável pelo Centro Cooperativo sueco na América Central. Durante a manhã do dia 4, as conclusões da oficina serão intercambiadas com as autoridades e convidados.

A questão da moradia é de responsabilidade da maior parte da humanidade. As Nações Unidas estimam que existe mais de um bilhão de pessoas sem teto ou pessoas mal alojadas, entre as quais 70% são mulheres; entre 30 e 70 milhões de crianças vivem nas ruas; 1.700 milhão de pessoas não têm acesso à água potável, 3.300 milhões não têm serviços sanitários; os refugiados são centenas de milhões, seja porque não podem retornar a seus lugares devido a guerras e limpezas étnicas, seja porque foram desalojados como resultado da ocupação estrangeira (Palestina, Kurdistão, Tibet, etc.), seja porque foram obrigados a deixar os lugares onde viviam para grandes projetos econômicos. O problema se concentra no hemisfério sul empobrecido pela dívida externa que, a miúdo, impede o pagamento da dívida social, nos países em transição pelas economias de mercado, porém também em países industrializados onde o déficit habitacional golpeia as classes pobres, particularmente os imigrantes.

Na realidade, a AIH está promovendo a constituição dos “Fundos Populares pela Terra e Moradia” financiados pelo dinheiro proporcionado pelo cancelamento da dívida externa. Recordamos o primeiro resultado conseguido pela Campanha W. Nairobi W, no programa da Campanha Desocupações Zero, com o cancelamento total da “dívida” de Kenya com a Itália e o destino de grande parte dos 44 milhões de euros para a recuperação das moradias da favela de Korogocho.

Por estas razões, trata-se de uma iniciativa que podemos considerar, também, como preparatória para a Semana de Ação Global contra a dívida e as IFIS, de 14 a 21 de outubro de 2007, mobilização a que a AIH adere para reforçar a aliança com
o movimento contra a dívida e os movimentos sociais que lutam pelos direitos humanos e pela construção de um outro mundo.

O Programa da Oficina internacional (S.Domingo, 3-4 outubro 2007)
Informação sobre a Campanha Desocupações Zero
Chamado : Cancelar a dívida para alojar os pobres do mundo
Chamado pela unidade dos movimentos sociais urbanos