Junto aos habitantes para defender o Direito a Moradia sem fronteiras
A Aliança Internacional dos Habitantes saúda a transmissão do cargo de Relatora Especial das Nações Unidas pelo Direito à Moradia Adequada de Raquel Rolnik a Leilani Farha.
A Raquel Rolnik enviamos os reconhecimentos das organizações de moradores e dos movimentos sociais urbanos de todo o mundo, notadamente daqueles engajados nas Campanhas Zero Despejos e pelo Direito á Cidade. Durante esses seis últimos anos, encontramos no seu compromisso apaixonante e competente um ponto de referência sólido e solidário ao apoio às lutas por defender o direito à moradia contra ataques conduzidos pelas políticas neo-liberais, bem como por desenvolver políticas alternativas fundadas nos direitos humanos, reforçando ainda a necessidade do papel do setor público e a função social da propriedade,
Seguindo essa abordagem, a Leilani Farha vai toda nossa simpatia e disponibilidade em continuar a colaborar com a Relatora Especial em vista das batalhas necessárias, em todos os níveis, para ajudar a enfrentar os despejos de mais de 60 milhões de pessoas e, dar respostas a mais de um bilhão de sem abrigo ou mal alojados em nível mundial.
Seu primeiro banco de ensaio deveria ser no terreno, na escuta das vítimas e dos rebeldes dos mercados imobiliários, das discriminações sociais, raciais e de gênero, das guerras, das pequenas-grandes catástrofes que engendram as violações do direito à moradia.
Sem esquecer seu papel institucional sob prova de que as Nações Unidas infelizmente e cada vez mais, certos setores estão em vias de abandonar os princípios dos direitos humanos. Tendo junto trabalhado no Grupo Consultativo das ONU-Habitat sobre os Despejos Forçados, ela não devia ter esquecido sua brutal dissolução pela própria mão desta organização das Nacões Unidas.
Por essas mesmas razões sua atenção deveria estar voltada para os perigos da abordagem mercantil do Manifesto Das Cidades, base ideológica da Cimeira Habitat III da ONU de 2016 .
Em contrapartida, as ações e proposições alternativas das organizações, das redes internacionais de habitantes e dos movimentos sociais urbanos, deveriam interpelá-la positivamente. O sucesso do Fórum Social Urbano Popular e Alternativo ao Fórum Urbano Mundial da ONU – Habitat de Medellin, mostra a força desse espaço de convergência dirigida à construção da Via Urbana e Comunitária, aliados essenciais da defesa do direito à moradia sem fronteiras.
Próximas etapas as quais Leilani Farha já está convidada : as Jornadas Mundiais Zero Despejos – pelo Direito à Moradia em outubro de 2014 e a Assembléia Mundial dos Habitantes quando do FSM 2015 em Túnis.